Resumen
A ausência de controle quanto ao uso da propriedade urbana para benefício individual torna o mercadoimobiliário o grande agente estruturador da cidade e, nesse contexto, a população com menores recursosé excluída dos benefícios da urbanização, passando a ocupar de forma irregular o território da cidade.Diante desse quadro, o texto apresenta uma análise da cidade de Curitiba, Paraná, sob o ponto de vistada relação entre mercado imobiliário e estruturação da cidade, procurando demonstrar como a cidadecapitalista segrega e exclui aquela parcela da população cuja renda não permite o acesso ao mercadoformal de terras. O trabalho analisa as possibilidades de a Lei Federal nº 10.257/01 Estatuto da Cidade interferir sobre a lógica de funcionamento do mercado imobiliário urbano, recuperando com isso asdiscussões sobre reforma urbana e criando perspectivas para o cumprimento da função social da cidade.Enfim, o texto busca identificar possibilidades e limites para a atuação das políticas públicas sobre oprocesso de produção do espaço, de forma a contribuir para a superação da segregação socioespacial e,conseqüentemente, melhorar as condições de vida na cidade.New perspectives for managing cities: CityStatute and realstate marketAbstract Lack of the use of urban property for individual benefit lets the land market act as the major forcestructuring the city. Within this context, the urban poor are excluded from the benefits of urbanizationand makes its way into the citys territory through irregular occupation. Facing such situation, this paperpresents an analysis of the city of Curitiba, Paraná, from the standpoint of the land market and itsrelationship to the urban structuring process, in order to demonstrate how the capitalist city segregatesand excludes that share of the population whose income does not allow them access to the formal landmarket. The paper analyzes the possibilities of Federal Law 10.257/01 Estatuto da Cidade to intervene on the logics of the land market, thus recovering the discussions about urban reform and creating prospectsfor the fulfillment of the citys social function. Finally, this paper attempts to identify possibilities andlimits of public policies on the production of space in order to contribute to the overcoming of the sociospatialsegregation and consequently to the improvement of life conditions in the city.