Resumen
Neste artigo, a questão ambiental no rural contemporâneo surge como uma das principais interrogaçõessociopolíticas das sociedades desenvolvidas, instigando cientistas e pesquisadores das ciênciasnaturais e, posteriormente, da área de humanidades. A industrialização da agricultura nos países europeusno período do pós-guerra resultou, inegavelmente, em expressivos aumentos da produtividade,gerando sobreoferta de alimentos aos mercados internos e excedentes exportáveis. Legitimada por seusucesso quantitativo, essa modernização, todavia, gerou graves desequilíbrios tanto em nível dosecossistemas e da preservação dos recursos naturais quanto sociais e culturais. Toma-se como exemplomarcante a modernização ocorrida na agricultura francesa, discutindo os parâmetros do modelo implantadono país, os instrumentos que o viabilizaram e a crise social, econômica e ambiental que gerou.Mostra, na seqüência, como esta agricultura intensiva se contrapõe crescentemente a uma consciênciaambiental, expressa em um vigoroso movimento político e cultural, tendo como base os pequenos emédios agricultores unidos a movimentos sociais urbanos. Finalmente, o artigo levanta propostas sobreos rumos e perspectivas da pesquisa sobre as sociedades rurais e o meio ambiente. Quais as condiçõessociais e políticas para que a agricultura cumpra um novo contrato com a sociedade? Paralelamente,discutem-se as novas contribuições das ciências naturais e os debates atuais no âmbito das ciênciasagronômicas e das ciências sociais. Em resumo, constata-se a falência do modelo de agricultura intensivaindustrial e são sugeridas questões centradas por um lado, nas novas concepções da produção agrícolafeita em bases ecológicas e por outro, na contribuição dos novos enfoques científicos para embasarum modelo de agricultura sustentável que permita a reprodução social e a reprodução dos recursosnaturais.The environmental question and the contemporary ruralAbstract In this article, the environmental issue in contemporary rurality emerges as one of the principal sociopoliticalinquiries of developed societies instigating scientists and investigators in the natural sciences and, later, in the humanities. The industrialization of agriculture in European countries in the post-warperiod unquestionably resulted in expressive productivity increases, creating over supply of food indomestic markets and exportable surplus. Legitimated by its quantitative success, modernization, however,created serious unbalance both at ecosystem and preservation of natural, social, and cultural resourceslevels. The example provided is the marked modernization occurring in French agriculture, followed bya discussion of the model implemented in that country, the instruments that made it viable, and thesocial, economic, and environmental crisis it generated. Next, is shown how this intensive agriculture iscounterpoised to a growing environmental awareness, expressed in a vigorous political and culturalmovement, based on small and medium size farmers, united in social urban movements. Finally, thearticle suggests proposals for new directions and perspectives for further research on rural societies andthe environment. What are the social and political conditions needed so that agriculture can fulfill a newcontract with society? Parallel to that, the new contributions of the natural sciences and the currentdebates in the agronomical and social sciences context are discussed. Summing up, the defeat of theintensive industrial agricultural model is pinpointed, and suggestions are made on issues hinging around,on one hand, new agricultural production concepts based on ecological foundations, and the contributionof new scientific approaches used as grounds for a sustainable agricultural model allowing social andnatural resources reproduction, on the other.