Resumen
Com a produção de papel e celulose, as indústrias deste setor têm gerado diariamente grandes quantidades de resíduos sólidos e efluentes, constituindo-se em grande preocupação ambiental e econômica. Tendo como objetivo pesquisar possibilidades do uso destes subprodutos de forma sustentável, neste estudo foi testada a eficácia de um composto orgânico advindo de resíduos da extração da celulose, na recuperação de atributos químicos de um solo degradado e avaliar o desenvolvimento de Mabea fistulifera Mart. O experimento foi instalado em uma área remanescente da construção da Usina Hidrelétrica de Ilha Solteira, localizada no município de Selvíria - MS, em 2010, seguindo um delineamento experimental em blocos ao acaso em esquema de parcelas subdivididas, com 6 tratamentos: SI ? área sem intervenção; D0 ? sem adubação; DAM ? adubação mineral de acordo com a necessidade da cultura; D10 ? adubação com composto de acordo com a necessidade da cultura; D15 e D20 ? 15 Mg ha-1 e 20 Mg ha-1 do composto, respectivamente. Os atributos químicos do solo foram avaliados 12 meses após o plantio, em quatro camadas (0,00-0,05; 0,05-0,10; 0,10-0,20 e 0,20-0,40 m) e o crescimento inicial das espécies, trimestralmente até o período de 15 meses. Os resultados foram analisados efetuando-se a análise de variância dos dados e o teste de Scott-Knott, para comparação de médias e regressão entre as diferentes doses de composto a 5% de significância. Conclui-se que a dose de 20 Mg ha-1 foi a mais eficaz para melhorar a qualidade química do solo, até a camada de 0,20 m. Porém, foi observada uma elevação acentuada nos valores de pH no tratamento D20 nas camadas 0,0-0,05, 0,05-0,10 m, o que pode ter influenciando negativamente no desenvolvimento da espécie arbórea.