Resumen
A Bacia Hidrográfica do rio São Francisco, vem sendo submetida a fortes impactos ambientais por meio de alterações do regime hidrológico e sedimentológico, além de avançada destruição da sua mata ciliar. A vegetação ciliar possui importante função na proteção das margens dos rios promovida pela cobertura vegetal e seu sistema radicular, melhorando a agregação de um solo pouco coeso, diminuindo o arraste de partículas e, consequentemente resultando em menor taxa de erosão e assoreamento do curso d'água. Este trabalho teve como objetivo avaliar o crescimento inicial de espécies florestais em talude marginal submetido à técnica de bioengenharia de solos no rio São Francisco. A bioengenharia de solos foi composta pela cobertura longitudinal do talude com o biotêxtil (Tela Fibrax® 400BF), e em razão das variações diárias de cota do rio foram também utilizados retentores de sedimentos (Bemalonga® D40) para redução ao impacto da água na base do talude, evitando o solapamento promovido pelo fluxo e refluxo das ondas. Antes da fixação do biotêxtil, foram semeadas a lanço sementes da espécie Brachiaria decumbens para promoção de uma rápida cobertura vegetal. Em seguida foram plantadas mudas de seis espécies florestais nativas da região: aroeira vermelha (Schinus terebinthifolius Raddi.), pau-pombo (Tapirira guianensis Aubl.), mulungu (Erythrina velutina Willd.), tamboril (Enterolobium contortisiliquum (Vellozo) Morong), canafístula (Cassia grandis L.f.) e pau-ferro (Caesalpinia leiostachya (Bentham) Ducke). O desenvolvimento das mudas foi analisado por meio da Taxa de Crescimento Relativo de Altura da parte aérea e Diâmetro do colo. Após 360 dias, ao final das avaliações, observou-se que o maior número de indivíduos vivos foi identificado no tratamento com bioengenharia de solos. A grande densidade e agressivo crescimento da espécie Brachiaria decumbens na área com biotêxtil, trouxe danos para o desenvolvimento inicial das mudas arbóreas.