Resumen
Há necessidade de diversificação do setor de painéis reconstituídos por meio da introdução de resíduos lignocelulósicos no processo produtivo. Além de agregar valor a materiais residuais, isso poderá contribuir para o aumento da produção industrial de painéis sem a necessidade de implantação de novos plantios florestais. O objetivo desse trabalho foi avaliar as propriedades físicas e mecânicas de painéis aglomerados de baixa densidade produzidos com diferentes quantidades de bagaço de cana-de-açúcar e madeira de Eucalyptus grandis. Os painéis foram produzidos com o adesivo ureia-formaldeído na proporção de 10% em relação à massa do painel. Na produção dos painéis foi utilizada pré-prensagem a 0,5 MPa durante 10 minutos seguida de 4,0 MPa e 160°C durante 15 minutos. As porcentagens de resíduo utilizadas foram: 0, 20, 40 e 60% em associação com madeira de eucalipto. Para a avaliação da qualidade das chapas foram realizados ensaios físicos e mecânicos. O experimento foi arranjado em delineamento inteiramente casualizado, com três repetições. Para avaliação dos dados foi utilizada análise regressão linear simples. Constatou-se que a absorção de água não foi afetada pela inserção de bagaço de cana no painel, enquanto para inchamento em espessura, o aumento da proporção deste resíduo resultou em acréscimo nesta propriedade. As propriedades mecânicas foram afetadas negativamente com a inserção do bagaço de cana-de-açúcar. Os painéis produzidos com o bagaço de cana-de-açúcar e madeira não se adequaram à norma CS 236-66 no que se refere ao módulo de elasticidade na flexão estática. Os resultados demonstraram que até 26% de bagaço de cana-de-açúcar poderia ser utilizado em associação com a madeira de eucalipto na produção de painéis aglomerados de baixa densidade.