Resumen
No mundo contemporâneo, a perspectiva da Sociologia do Risco vem ganhando espaço num ambiente onde compreender o mundo configura-se ter a consciência dos riscos que nos cercam e orientam nossas ações. Este risco trata-se de uma ?tendência imanente da globalização?, segundo Giddens. A globalização foi um fenômeno capaz de remodelar nossa percepção espaço-tempo, nos ?aproximando? de lugares cada vez mais distantes graças as revoluções das tecnologias de informação, serviu também para nos aproximar dos riscos, mundializando-os. Sob essa ótica, nos propomos a tratar de um desses riscos mundializados, especificamente a questão ambiental relacionada com as mudanças climáticas. Este tema, amplamente discutido na arena da ciência e políticas públicas, reorienta práticas e concepções de mundo. Porém, sabemos que a existência do risco das mudanças climáticas passa diretamente pela sua ?construção social?, como pensa J. Hannigan, ou da sua ?percepção?, sob a ótica de O. Renn. Neste trabalho, propomos um debate teórico entre os textos de Hannigan e Renn acerca dos riscos presentes no debate ambiental sobre as mudanças climáticas e como estes se apresentam construídos ou percebidos pela sociedade e resultam em efeitos diretos nas ações da população em geral, ou na criação de políticas públicas sobre o tema. Objetivamos assim, ao analisá-los e compará-los, fornecer elementos para enriquecer o debate teórico acerca da Sociologia do Risco associada à emergência do debate socioambiental.