Resumen
Na escarpa sul da Serra da Mantiqueira, divisor geográfico nordeste entre o estado de São Paulo e Minas Gerais, ocorreu um acidente ambiental causado pelo rompimento de uma adutora cuja finalidade é a de conduzir a água de um reservatório localizado a 1.820 m de altitude até a casa de máquinas onde há geração de energia elétrica, e que está localizada a 750 m. Esse acidente resultou na formação de uma cicatriz na floresta da encosta, com supressão do solo e da vegetação. Para reverter os processos erosivos formados no local, foi desenvolvida uma metodologia utilizando quatro barreiras (numeradas de I a IV) formadas por mudas de Bambusa mutiplex (Lour.), bambu cuja finalidade foi a de desviar as águas de escoamento superficial, proporcionando, dessa forma, a regeneração da vegetação nativa. Colmos de bambu consorciados com o plantio de Bambusa multiplex foram utilizados para contenção dos detritos em duas ravinas formadas pela erosão. O desenvolvimento da vegetação foi monitorado por 18 meses e avaliado por meio da aplicação de uma Matriz de Leopold, composta por cinco aspectos, que são: erosão, regeneração da vegetação, sucesso do plantio de bambu, conservação das estruturas montadas e funcionalidade. O uso da matriz teve a finalidade de demonstrar a eficiência das intervenções com a utilização de bambu. O resultado da matriz permitiu classificar quantitativa e qualitativamente as intervenções realizadas, obtendo-se cinco níveis, sendo as barreiras I, II e IV consideradas de muito "alta eficiência", e a barreira III, de "alta eficiência". A contenção das ravinas foi considerada de "média" a muito "alta eficiência".