Resumen
Esse estudo teve como objetivo delimitar a idade de maturação do lenho utilizando-se de características anatômicas da madeira de Carya illinoinensis (Wangenh) K. Koch (nogueira-pecã) por meio da segregação dos lenhos juvenil e adulto. Para a tecnologia da madeira, aliada ao manejo florestal, é imprescindível o conhecimento da delimitação do lenho juvenil e adulto. Os desbastes, na grande maioria dos casos, devem levar em consideração esse parâmetro, já que o lenho juvenil possui características inferiores a do lenho adulto, e diferentes proporções de cada tipo de lenho vão interferir na qualidade e no uso da madeira. Para a realização do presente estudo, foram eleitas três árvores adultas, de fuste reto e cilíndrico, com DAP superior a 30 cm, localizadas na Encosta Superior do Nordeste do estado do Rio Grande do Sul. Foi retirado um disco por árvore, com aproximadamente 2 cm de espessura a 0,10 m de altura do tronco. De cada disco, retirou-se, com auxilio de uma serra-de-fita, uma bagueta central de 2,0 cm de largura, bem orientada no sentido radial, incluindo a medula no centro, dividiu-se então a bagueta em duas amostras "A" e "B". Dessas, sorteou-se uma, e separou-se apenas o lenho inicial de cada anel de crescimento para a maceração (método de Jeffrey) conforme descrito por Burger e Richter (1991). Mediram-se, primeiramente, com auxílio de um microscópio ótico com régua micrométrica, o comprimento, largura e diâmetro do lume individual de cem fibras no primeiro anel de crescimento (próximo à casca), e, posteriormente, definiram-se trinta fibras, por anel de crescimento, como estatisticamente suficiente para o ensaio. A espessura das paredes das fibras foi obtida pela metade da diferença do diâmetro da fibra e do lume. A segregação dos dois tipos de lenho foi definida pela variação radial (medula-casca) das características anatômicas (comprimento, diâmetro, largura do lume e espessura da parede das fibras) por meio de duas regressões lineares simples. Os resultados indicaram que o comprimento de fibra é a melhor característica para a definição do ano de segregação. Utilizando-se essa variável, determinou-se o ano de segregação dos lenhos juvenil-adulto em 16 anos. Por sua vez, os parâmetros anatômicos, diâmetro das fibras, largura do lume e espessura da parede das fibras mostraram-se inadequados, para a estimativa da idade de segregação, em conseqüência dos baixos coeficientes de determinação (R²), altos erros de estimativa (Sxy) e baixos valores para Razão F, observados nos modelos estatísticos.