Resumen
Nos anos 70 do século XX, a crescente preocupação com a degradação ambiental provocada pela atividade humana na busca do progresso material fez emergir, tanto nos círculos científicos como na sociedade, um debate intenso que abordava as limitações físicas impostas pelo ambiente ao crescimento econômico. No início da década, os pesquisadores do Science Policy Research Unit (SPRU) da Universidade de Sussex, na Inglaterra, no contexto desse debate, produziram uma extensa crítica ao célebre relatório The Limits to Growth (Nova Iorque: Universe, 1972), de autoria de cientistas do Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos. O livro Models of Doom: a critique of The Limits to Growth (Nova Iorque: Universe, 1973) reunia os artigos e as principais críticas da SPRU, cujo ponto central dizia respeito ao papel da mudança tecnológica na superação dos limites do crescimento. Mais tarde, novos estudos foram desenvolvidos por pesquisadores que integraram um ou outro dos grupos, atualizando os argumentos produzidos na década de 70. Ainda hoje não há consenso sobre os limites do papel da tecnologia para a superação dos problemas ambientais e, com o agravamento desses problemas, torna-se relevante aprofundar o debate, a partir das críticas já desenvolvidas nos anos 70, a fim de repensar os modelos de desenvolvimento existentes.