Resumen
Este artigo se dedica à discussão sobre patrimônio radiofônico no Brasil, expondo a inexistência de políticas públicas de preservação e acesso a arquivos sonoros de emissoras de rádio. Metodologicamente, o artigo parte de revisão bibliográfica e da realização de entrevista semiestruturada com gestores do Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro (MIS-RJ), referência na conservação de acervos audiovisuais no país. De um lado, o artigo aborda as perdas culturais decorrentes da ausência de uma política de preservação radiofônica, ou mesmo sonora. De outro, apresenta uma instituição que consegue vencer as dificuldades burocráticas e financeiras e assegurar iniciativas de registro e difusão de acervo sonoro cruciais para uma historiografia da cultura sonora do país. No percurso, são elencadas possíveis ações no sentido de assegurar a preservação do acervo radiofônico, tais como a criação de condições para o registro do fluxo de programação das emissoras, a busca de parâmetros consensuais para digitalização, tratamento, conservação e armazenamento de áudio e o investimento na produção de podcasts que explorem o patrimônio gerado diuturnamente pelas emissoras de rádio.