Resumen
O objetivo do estudo foi avaliar a composição florística e estrutural em um trecho de floresta secundária, no município de Dona Francisca - RS. Foram instaladas 50 parcelas permanentes de dimensão 10 x 20 m, de modo sistemático, distanciadas 10 m entre si e 40 m entre faixas, totalizando 1 ha. Foram amostrados todos os indivíduos que apresentassem CAP = 15,7 cm e calculado os estimadores fitossociológicos. Foi realizada a curva de acumulação de espécie para verificar a suficiência amostral. Para o cálculo de diversidade e dominância, utilizou-se o Índice de Shannon (H?) e Equabilidade de Pielou (J?). Para a riqueza potencial utilizaram-se os estimadores não paramétricos Jackknife. Avaliou-se a composição florística e estrutural por meio da Análise de Correspondência Distendida (DCA). Verificou-se, também, a distribuição diamétrica e hipsométrica da comunidade arbórea, e para as espécies, com valor de importância acima de 5 %, a distribuição em classes de DAP. As análises estatísticas foram realizadas no programa R. Foram identificadas 65 espécies arbóreas e arbustivas com 2.045 indivíduos distribuídas em 31 famílias botânicas. As espécies com valor de importância acima de 5% foram Casearia sylvestris (14,04%), Nectandra lanceolata (12,86 %), Cupania vernalis (9,57 %), Guarea macrophylla (7,29 %) e Ocotea puberula (5,07 %). Os valores para a diversidade e dominância foram, respectivamente, de 2,91 nats.ind-1 e 0,69, indicando que a área possui baixa diversidade e dominância de poucas espécies. Pela DCA é possível verificar que as parcelas estão distribuídas homogeneamente no trecho florestal. A distribuição diamétrica representou o esperado para a comunidade arbórea com tendência ao J-invertido e a maioria das árvores apresentou altura concentrada no estrato intermediário da floresta. Das cinco espécies analisadas, apenas Nectandra lanceolata e Ocotea puberula não apresentaram curva exponencial negativa. Foi possível observar que há um predomínio de indivíduos nas primeiras classes de DAP e altura, o que caracteriza a resiliência da área após distúrbio. Ainda, indica as flutuações e estabilidade das espécies, na sucessão ecológica, de uma floresta em estágio intermediário de regeneração.