Resumen
A paisagem do sertão nordestino brasileiro tem recebido, por muito anos, da historiografia tradicional, da literatura e da cinematografia, julgamentos parciais cristalizados em adjetivos como vazio, inerte, rustico e penitente. Por baixo desse rotulo uniforme conhecido por muitos, existiram outros matizes, outros espaços e paisagens os quais necessitam ser expostos as vistas, no sentido de participar do quebra-cabeças da história brasileira, parcialmente forjada pelas elites intelectuais. Na contramão dessas imagens corriqueiras, este ensaio discute a construção e as representações das ?outras? paisagens dos ?Certens? do Norte entre os séculos XVII e XIX. Busca-se, através do cruzamento entre imagem (cartografia) e texto (documentos manuscritos oficiais), expor cotidianos ocultos dessas zonas interiorizadas, isto e, evocar o seu dinamismo social, econômico, cultural e político pouco visto e homogeneizado no ?ciclo do couro? de Capistrano de Abreu. Analisa-se algumas especificidades hermenêuticas da paisagem oriundas de diferentes campos do saber, em especial a Arqueologia, a Fenomenologia e a Geografia Cultural.PALAVRAS-CHAVE: Cartografia. Cultura material. Paisagem. Sertões do Norte. Urbanização.