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Rebelião nas periferias: o ?caso? francês

Jean-Pierre Garnier    

Resumen

Amplamente midiatizadas e dramatizadas, as ?revoltas? de novembro de 2005 na França foram igualmente bastante analisadas. Privilegiando seus aspectos ?urbanos?, ?locais?, ou mesmo ?étnicos?, a maior parte das interpretações propostas pelos pesquisadores teve por efeito, senão por objetivo, negar a este evento o seu verdadeiro caráter político. Elas não fazem mais do que reconduzir ao plano teórico o impasse prático ao qual conduziu uma ?política urbana? que, há três décadas, segundo diferentes configurações, restringe-se a territorializar a questão social para eludi-la, à falta de poder resolvê-la. Essa questão reveste-se de formas espaciais novas com a transnacionalização do capital na era da acumulação flexível. Para neutralizar ?no terreno? as desordens sociais engendradas por essa ?nova ordem mundial?, as autoridades francesas esforçam-se em instaurar uma ?nova ordem local?, em que a prevenção tende a tomara forma da repressão e a ?política urbana? a confundir-se com uma polícia da cidade. Vale dizer que o ?caso? francês não é mais que a exceção que, em um contexto sociológico, urbanístico e ideológico, vem confirmar a regra ?global?.