Resumen
Este trabalho está estruturado em três partes articuladas. Na primeira parte faz-se uma breve caracterização do atual momento da mundialização, conduzida pelo setor financeiro, onde a América Latina, do ponto de vista hemisférico, como em termos de reservas de mercado, de provisão de insumos, de mão-de-obra barata e de biodiversidade, é peça fundamental, e a ALCA, uma das expressões da nova política regional conduzida pelos EUA. Na segunda parte, caracterizam-se os seus principais conteúdos, que envolvem aspectos que ultrapassam, em muito, o campo de um acordo comercial e evidenciam aspectos de lesa-soberania, cláusulas abusivas relativas aos investimentos, à propriedade intelectual e às compras governamentais que favorecem basicamente os interesses norte-americanos. E, em terceiro lugar, apresentase a possibilidade de construção de uma alternativa diferenciada, de um Mercosul-plus, que seja capaz de incorporar toda a América do Sul na consolidação de uma Área de Livre Comércio da América do Sul (ALCSA). Por fim, fazem-se duas indagações centrais: sobre a possibilidade de ser construído, com os novos governos eleitos, um modelo de desenvolvimento para o conjunto da América do Sul, diferenciado do neoliberalismo; sobre a medida de dependência do projeto ALCA em relação à retomada do crescimento da economia norte-americana, que permitiria aos EUA fazer concessões importantes aos países da região.