Resumen
A arquitetura é mais comumente considerada como ofício, arte ou técnica. O texto a considera também como ciência que aborda os lugares sob um olhar específico, não afeito a outras disciplinas. Examinam-se modalidades de conhecimento e sugere-se que houve uma mudança paradigmática no campo, nas últimas décadas. A mudança resgata o pensamento teórico-reflexivo. O fortalecimento da arquitetura como disciplina científica não anula; pelo contrário, fortalece a interdisciplinaridade no trato das questões relativas aos lugares produzidos ou usufruídos pelas pessoas: enfatizam-se contribuições de autores oriundos de outros campos disciplinares, que olham os lugares do ponto de vista morfológico. Explora-se a arquitetura como variável independente: uma vez pronta, afeta as pessoas em vários aspectos, entre eles os sociológicos, resumíveis nas seguintes perguntas: a configuração da forma-espaço (vazios, cheios e suas relações) implica maneiras desejáveis de indivíduos e grupos (classes sociais, gênero, gerações etc.) localizarem-se nos lugares e de moverem-se por eles, e conseqüentemente condições desejadas para encontros e esquivanças interpessoais e para visibilidade do outro? O tipo, quantidade e localização relativa das atividades implicam desejáveis padrões de utilização dos lugares, no espaço e no tempo?