Resumen
Este texto problematiza os esforços estatais de conter o conflito contemporâneo nas margens urbanas, a partir de um caso empírico: projetos conduzidos por policiais militares cedidos pela Unidade de Polícia Pacificadora da Cidade de Deus. A partir de etnografia que acompanhou a rotina desses policiais-professores e em diálogo com uma perspectiva desessencializada do Estado, argumento que as explicações para os problemas das favelas estão assentadas no que seriam as características da comunidade. Essas características explicariam a manutenção dos problemas sociais e da violência, a despeito dos projetos. Nessa narrativa, muito comum nas políticas para pobres, oblitera-se uma reflexão sobre a concepção e a implementação da política. A ineficácia dos projetos emerge como um indicador de quão difícil é, à comunidade, fazer do fracasso a justificativa para a manutenção dessas mesmas políticas.Palavras-chave: Projetos sociais. Policiais militares. Conflito urbano. Pobreza. Violência.