Resumen
As teorias pós-coloniais e descoloniais vêm nas últimas décadas questionando o paradigma da modernidade e o modelo de desenvolvimento atual. No que se refere ao Semiárido brasileiro, as colonialidades se expressam por meio de diferentes fenômenos ou contextos, como os do campo discursivo, do coronelismo, da indústria da seca, do processo de modernização agrícola, das relações de gênero e dos processos educativos. No entanto, apesar de tais colonialidades, os(as) camponeses(as) do Semiárido vivem em resistência para se manterem no campo desde seu modo de vida. A pesquisa tem como objetivo analisar o contexto de colonialidades no Semiárido, bem como os processos de resistência e aprendizado com a natureza que apontam para a emergência de um paradigma de convivência. Dentre as diversas estratégias analisadas, destacam-se os processos de organização e mobilização social, a educação e a comunicação popular, economias solidárias, tecnologias sociais, pluriatividade, festas e diversos conhecimentos tradicionais que garantem a esses sujeitos a permanência no campo e a ampliação de sua autonomia. Conclui-se que o paradigma da convivência aponta para a possibilidade de o Semiárido caminhar para além do desenvolvimento. Essa perspectiva é chave importante para a resistência em relação aos processos de colonialidade do poder, do saber, do ser e da natureza presentes na realidade semiárida.