Resumen
A necessidade de controlar gramíneas exóticas em áreas de restauração ecológica por longos prazos pode acarretar elevados custos econômicos, danos colaterais à regeneração e danos menos óbvios ao ecossistema. Assim, dimensionar estes fatores negativos como parte do esforço para avaliar a razão custo/benefício das técnicas de controle dessas espécies, se faz necessário. Este estudo objetivou avaliar os danos causados por duas técnicas de controle de capim-colonião (Megathyrsus maximus (Jacq.) B. K. Simon & S. W. L. Jacobs), sobre a regeneração preexistente (custos ambientais), em um reflorestamento de 20 anos, e estimar os custos econômicos do emprego dessas técnicas. Trinta parcelas de 10 x 20 m foram distribuídas em três grupos: (T1) controle, (T2) roçagem com roçadeiras costais e (T3) roçagem seguida da aplicação de herbicida à base de glifosato. Foi feito o inventário permanente de todos os indivíduos arbóreos e arbustivos, os quais foram acompanhados durante o período de um ano. Não houve diferença na mortalidade imposta pela roçagem inicial, tampouco na mortalidade imposta exclusivamente pela roçagem ou pelo herbicida no T3. Após um ano, não houve diferenças entre a mortalidade e a riqueza de espécies dos três grupos. Quando os três grupos foram comparados entre si após um ano, para as plantas > 1 m, houve redução da abundância no T1 e redução da riqueza no T3; já para as plantas < 1 m, houve redução da abundância no T2, e redução da abundância e riqueza no T3. Portanto, tais técnicas parecem afetar mais fortemente as plantas < 1 m. O custo econômico final do T2 foi 34,1% maior do que o custo do T3, e mesmo que o custo para se realizar novas intervenções diminua para ambos, há aumento dos custos quando ocorre necessidade de intervenções esparsas em áreas pequenas. Ambas as técnicas são indicadas para controlar o capim-colonião, sendo que o uso de herbicida à base de glifosato deve ser restrito às áreas com baixa cobertura de dossel, por demandarem mais manutenções, e por ser a técnica mais prejudicial à regeneração, já que houve alta mortalidade de indivíduos de pequeno porte (73%) em áreas com densa infestação da gramínea (100%).