Resumen
Devido à necessidade de recuperação de áreas degradadas e de áreas de preservação permanente, o plantio de espécies nativas brasileiras aumentou e, consequentemente, houve acréscimo também na demanda por mudas destas espécies. Dessa forma, visando à produção de mudas de Campomanesia xanthocarpa com maior qualidade, objetivou-se neste trabalho, avaliar o efeito da inoculação de fungos micorrízicos arbusculares (FMAs), da adubação e da composição do substrato no crescimento de mudas desta espécie. O experimento foi conduzido na Embrapa Florestas (Colombo - PR). As plântulas, após germinação em vermiculita média, foram transplantadas para tubetes (100 cm3) contendo substratos à base de vermicomposto e casca de arroz carbonizada e substrato comercial à base de casca de pinus. Estes substratos foram testados com e sem inoculação micorrízica e na presença e ausência de adubação de cobertura. Analisaram-se as propriedades físico-químicas dos substratos formulados e, aos 180 dias, avaliaram-se a altura, o diâmetro do colo, a agregação das raízes ao substrato, a biomassa seca aérea, a biomassa seca radicial, a relação entre altura e diâmetro do colo e o índice de qualidade de Dickson. As médias foram comparadas pelo teste de Tukey (5%). A inoculação com FMAs não influenciou no crescimento das mudas, enquanto que a interação entre substratos e adubação foi significativa para a maioria das variáveis. A ausência de resposta aos FMAs foi, provavelmente, devido às altas concentrações de fósforo nestes substratos. A adubação teve grande efeito sob o crescimento das mudas, provavelmente devido às reduzidas dimensões das sementes da espécie que consomem toda a reserva durante o processo germinativo. Concluiu-se que o substrato à base de vermicomposto e casca de arroz carbonizada, na proporção de 30/70, pode ser utilizado na produção de mudas desta espécie. Este substrato pode substituir o comercial à base de casca de pinus, no qual as mudas apresentaram crescimento reduzido, para a maioria das variáveis.