Resumen
Diante do fenômeno das mudanças climáticas, não faz sentido discutir Bem Viver (BV) subjetivamente, sem correlacioná-lo ao significado de bem comum. O objetivo é dialogar sobre o tema do Bem Viver em perspectiva intergeracional na dialética entre subjetividade e bem comum, homem-natureza, considerados como falsos binômios. Trata-se de um ensaio. O BV, mais do que condição material, socioeducacional e de saúde, é estado particular de felicidade, no qual vigoram padrões culturais distintos. Não se nega abstrair a lógica econômica ? na qual o sujeito calcula consequências individuais, mas releva territorialmente o bem comum ?, e não é ela hegemônica ou mesmo determinante nos processos de produção e reprodução humana, dos quais resulta o sujeito esvaziado. Por fim, o BV não pode ficar relegado a conquistas de outras gerações ou ainda a um modo de vida ?cool?, desresponsabilizado e descontextualizado em relação a gerações futuras. Subjetividade e bem comum podem se reconciliar no plano de uma esfera societária que não seja reduzida a mero cálculo e em que o ser humano não abra mão, nem ao outro (política) nem a si (psique), da produção de caminho ecossocioeconômico, o que constitui uma vida humana associada que não relegue sistemicamente o seu próprio processo de socialização.