Resumen
As espécies florestais da Caatinga estão adaptadas e são resilientes às condições climáticas da região semiárida brasileira. No entanto, este é um dos ecossistemas mais vulneráveis às mudanças climáticas, devido ao aumento do desmatamento e à seca dos últimos anos. A escassez de água nessa região induziu estudos sobre a possibilidade de utilização/reutilização segura da água salobra para a produção de forragem e de mudas florestais. Testaram-se, nesse estudo, fontes alternativas à água potável para irrigação de mudas florestais em viveiros, que apresentam elevado gasto de água. O ensaio foi realizado em delineamento inteiramente casualizado com três fontes de água para irrigação e quatro repetições de cinco plântulas. Água biossalina, provinda de cultivo de peixe; água subterrânea salobra e água de abastecimento foram utilizadas para irrigar mudas de Anadenanthera colubrina, Erythrina velutina e Aspidosperma pyrifolium, cultivadas em viveiro telado em embalagens de polietileno preenchidas com areia e solo (1:1, v/v). A porcentagem de germinação das sementes e o crescimento das mudas foram avaliados até 80 dias. Os resultados mostraram que a irrigação com água biossalina residual de piscicultura, com valores de condutividade elétrica < 6 dS.m-1 não comprometeu a germinação das sementes, nem o crescimento de mudas em viveiro. A água salobra subterrânea reduziu a velocidade de desenvolvimento das mudas. Diante a possibilidade de escassez de água devido às mudanças do clima, o uso de fontes não potáveis de água pode, portanto, ser uma técnica alternativa de baixo custo, para a produção de mudas de espécies da Caatinga.