Resumen
Organizações internacionais reportam que a produção mundial de fumo tem declinado ao longo dosúltimos quinze anos entre os principais países produtores. Entretanto, o Brasil apresentou um incrementosignificativo de sua produção na última década, consolidando-se no segundo lugar como produtor mundialdesde 2000. Por outro lado, percebe-se um aumento da mobilização e tomada de medidas em relação aosriscos decorrentes do consumo de tabaco em nível mundial; porém, aos riscos associados à produção aintensidade tem sido menor. Considerando que a percepção de risco é uma construção social ancoradana dimensão sociocultural e no efeito concreto produto de uma ação, o presente documento discute apercepção dos agricultores do Assentamento 25 de Maio sobre os riscos decorrentes da produção fumageirae examina a contribuição que esta reflexão coletiva sobre a percepção dos riscos aporta a um processode reconversão produtiva por plantas medicinais, aromáticas e condimentares. Destaca-se que todasas famílias entrevistadas deixariam de produzir fumo, já que percebem esta atividade como a causa dadeterioração de suas condições de trabalho e de saúde. Contudo, o retorno econômico que aparentementea atividade gera é o fator que determina sua maior sensibilidade a esse tipo de risco. Todavia, a singularidadeda pertença dessas famílias a um movimento social fortalece a percepção coletiva e reflexivados riscos da atividade fumageira e contribui como base para um processo de reconversão produtiva.