Resumen
Este artigo apresenta as conclusões de uma pesquisa (PARD/UFPA/CNPq, 2006) que analisou o significativopapel da mídia no ?boom? ambiental que vem se registrando nas últimas décadas, com ênfase para osdesmatamentos e queimadas na Amazônia. O leitor encontrará neste texto os elementos que apontam amídia impressa como agente multiplicador das informações presentes na contemporaneidade, o papeldo Estado e das políticas públicas na raiz dos problemas ambientais na Amazônia, as causas e efeitosdos desmatamentos e queimadas e os principais agentes sociais envolvidos. Além disso, há uma abordagemespecífica sobre o discurso jornalístico para cada década, ressaltando temas como: a colonizaçãoe o desmatamento (década de 70), o receio sobre a ?internacionalização da Amazônia? e o corte emfinanciamentos internacionais para grandes projetos (década de 80), o destaque midiático com a Rio 92(década de 90) e o ?olhar verde? da imprensa neste novo século. A base teórica de análise está centradaem autores e conceitos da Sociologia e da Semiologia dos Discursos Sociais. O objetivo principal dapesquisa foi verificar como se estruturou o discurso da mídia impressa sobre as questões ambientais apartir de suas fontes de informação. O que se constatou foi que as matérias jornalísticas, dominantementedescritivas e factuais, privilegiaram como suas ?fontes? principais os órgãos governamentais. Já a partirdo final da década de 80, passaram também a se constituir como fontes instituições de pesquisa e ONGs.Os pequenos agricultores, fazendeiros, índios, madeireiros e seus respectivos órgãos de representaçãoapareceram de ?forma secundária? nas matérias durante todo o período, ora como ?vilões? ora como?vítimas? do acentuado processo de desmatamento e queimadas na Amazônia.