Resumen
Uma questão intrigante aos economistas é explicar o motivo de algumas nações crescerem e se destacarem mais que outras ao longo do tempo. Além dos modelos de crescimento tradicionais, que consideram trabalho, capital fixo e humano, existem formulações complementares que incluem fatores culturais para analisar essa relação. Ao se remeter às questões culturais, a religião é uma das variáveis que mais influencia os indivíduos, pois oferece uma forma de conduta de vida e hábitos diários, praticados pelos fiéis. Isso ocorre porque cada religião possui uma doutrina específica, regida por valores éticos e morais, os quais influenciam e, em alguns casos, determinam o modo de vida das pessoas. Em relação ao campo religioso brasileiro, assim como em todo o mundo, são perceptíveis as transformações ocorridas desde 1980, em que a proporção da população cristã-protestante cresceu 15,55 pontos percentuais, enquanto a proporção da população católica declinou aproximadamente 24,10%. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho foi o de verificar se uma proporção maior de protestantes tradicionais e pentecostais possui relação positiva com a renda per capita dos municípios brasileiros, além de testar empiricamente a importância das variáveis capital fixo e capital humano. Com esse intento, resgatou-se os conceitos teóricos sobre os modelos de crescimento econômico, aliado ao debate acerca das principais religiões do Brasil. Para a análise empírica, utilizou-se a regressão por meio da técnica de dados em painel, com base em microdados dos Censos de 1991, 2000 e 2010. Os resultados obtidos são relevantes, pois mostram que a expansão do protestantismo tradicional e pentecostal contribuiu positivamente para aumentar o nível de renda do país. Desse modo, o trabalho trouxe luz à importância da economia da religião em questões relacionadas ao crescimento econômico.