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ARTÍCULO
TITULO

AVALIAÇÃO DA PROPAGAÇÃO VEGETATIVA DE ESPÉCIES UTILIZADAS NA ESTABILIZAÇÃO DE OBRAS DE TERRA COM TÉCNICAS DE ENGENHARIA NATURAL

Fabrício Jaques Sutili    
Rafael da Silva Dorneles    
Cristiane Ottes Vargas    
Paula Letícia Wolff Kettenhuber    

Resumen

As técnicas de Engenharia Natural correspondem a um conjunto de ações que utilizam materiais de construção vivos, como plantas e estacas vivas, bem como materiais inertes, como elementos estruturais em construções bastante simples, com vistas à recuperação ecológica e à estabilização dos solos. Os materiais inertes utilizados, na dependência dos objetivos e da disponibilidade local, são basicamente estruturas metálicas, geotêxteis, madeira, pedras ou mesmo concreto. Esses, além de conferirem estabilidade imediata ao solo, oferecem proteção e suporte ao posterior desenvolvimento da vegetação. A parte vegetativa complementa, ou mesmo, gradativa e integralmente, substitui as funções estabilizadoras dos componentes inertes. No entanto, a execução dos trabalhos só pode ser realizada com sucesso quando as características técnicas da vegetação são conhecidas e, assim, corretamente aproveitadas. Esta pesquisa é o resultado de uma sequência de experimentos realizados com o objetivo de identificar, entre espécies de habitat ripário, aquelas com capacidade de propagação e desenvolvimento vegetativo. Uma grande parte dos modelos de intervenção utilizados pela Engenharia Natural vale-se exclusivamente dessa forma de propagação. Entre os muitos fatores potencialmente influentes no desenvolvimento vegetativo tais como sobrevivência, ritmo de enraizamento e de brotação, velocidade de crescimento de raízes e brotos deve-se também ressaltar a importância da época de coleta e plantio do material vegetal. Este estudo, utilizando-se de canteiros experimentais construídos em épocas distintas do ano, busca obter essas informações por meio da avaliação da sobrevivência e do desenvolvimento da parte aérea e radicular de estacas de seis espécies potenciais facilmente encontradas ao longo das margens fluviais dos rios do Sul do Brasil. As espécies testadas são: Calliandra brevipes, Phyllanthus sellowianus, Pouteria salicifolia, Salix humboldtiana, Salix x rubens e Sebastiania schottiana. Os resultados experimentais indicam a possibilidade de utilização de algumas dessas espécies. Calliandra brevipes, Sebastiania schottiana e Pouteria salicifolia apresentaram desenvolvimento inferior ao Phyllanthus sellowianus, Salix humboldtiana e Salix x rubens. Evidenciou-se que a época de plantio é menos importante em espécies de enraizamento rápido, como Phyllanthus sellowianus, Salix humboldtiana e Salix x rubens, mas pode ser decisiva em espécies com enraizamento mais lento, como Sebastiania schottiana, influenciando inclusive a sobrevivência da espécie.

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