Resumen
A espécie florestal Toona ciliata var. australis possui madeira de alto valor econômico para móveis e seus plantios não são afetados pela Hypsipyla grandella, praga que ataca plantios de monocultura de espécies nativas semelhantes à Toona ciliata. Possui uma estreita relação com a água disponível, ocorrendo geralmente em florestas úmidas no seu ambiente natural. Em plantios comerciais esse é um dos fatores que mais limita seu estabelecimento e crescimento inicial. Nas últimas décadas, sua área de plantio no Brasil foi ampliada, entretanto, é escasso o conhecimento sobre o efeito de ambientes adversos na germinação e crescimento inicial de plântulas. O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos do estresse salino e hídrico na germinação e crescimento inicial de plântulas de Toona ciliata, utilizando-se soluções contendo, ou NaCl, ou PEG 6000, nos potenciais osmóticos: -0,1; -0,2; -0,3; -0,4; -0,5; -0,6; -0,9; -1,2 e -1,5 MPa, mais a testemunha, com água esterilizada. As sementes foram submetidas ao teste de germinação sobre papel-germitest umedecido com a solução correspondente, e incubadas a 25 ± 2°C e fotoperíodo de 16 h por 21 dias. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado, arranjado em esquema fatorial 2 × 10 (agentes osmóticos × potenciais osmóticos e testemunha), com quatro repetições de 50 sementes cada. Conforme a redução do potencial osmótico observou-se menor germinação, número de plântulas normais, massa fresca, comprimento de plântula e maior número de sementes duras, sendo mais severo em PEG 6000. Portanto, houve mais sementes germinadas sob o efeito do NaCl do que do PEG 6000. Entretanto, apesar da germinação alta em NaCl, o número de plântulas anormais também foi maior que em PEG 6000. Conclui-se que a germinação e o crescimento inicial de plântulas de Toona ciliata são afetados tanto pelo estresse salino como hídrico, sendo as plântulas mais sensíveis ao estresse hídrico, e com maior probabilidade de desenvolver plântulas anormais sob estresse salino.