Resumen
A fragmentação florestal é uma das principais consequências das atividades antrópicas em áreas de vegetação nativa. Quando considerada a abordagem de bacias hidrográficas, a fragmentação pode aumentar processos erosivos e alterar o regime hídrico, notadamente em decorrência das ações de desmatamento. Assim, no presente estudo buscou-se analisar a estrutura da paisagem da bacia hidrográfica do rio Marapanim-PA, com o enfoque na fragmentação da vegetação arbórea. Para isso, foi utilizada uma cena do satélite Landsat 8, sensor OLI, adquirida em 2017 e classificada usando o algoritmo da Máxima Verossimilhança a fim de classificar e estimar os diferentes usos e coberturas da terra em 2017 na área da bacia. Subsequentemente, realizou-se a análise dos fragmentos florestais utilizando as métricas da paisagem em nível de mancha (patch), classe (class) e paisagem (landscape). Os resultados indicam que a paisagem da bacia hidrográfica é majoritariamente composta por vegetação arbórea (49%) e áreas de agricultura (29%), responsável pelas principais alterações na cobertura vegetal nativa da bacia estudada. O estudo da quantificação e caracterização da estrutura da paisagem mostrou que a paisagem da bacia se encontra muito fragmentada, com um total de 16.697 fragmentos. O tamanho médio dos fragmentos é de 12,79 ha, considerado de valor mediano para conservação da biodiversidade. A classe de vegetação arbórea é a mais fragmentada, representando 41,36% do total de fragmentos da paisagem da bacia. O índice de forma desses fragmentos é de 1,56, indicando a predominância de formas mais irregulares e, portanto, mais susceptível aos efeitos de borda. Os resultados deste estudo podem subsidiar a formulação de ações e/ou políticas públicas visando promover a recuperação e manutenção dos fragmentos da vegetação arbórea da bacia hidrográfica do rio Marapanim no estado do Pará.