Resumen
A Mata Atlântica é um bioma constantemente ameaçado por perturbações antrópicas. A supressão da vegetação por obras rodoviárias ressalta a necessidade de projetos de conservação das espécies que nela ocorrem. O sucesso do resgate e realocação de plantas, como a palmeira Syagrus romanzoffiana pode contribuir para a conservação dessas espécies. O objetivo deste trabalho foi estudar o crescimento de mudas de S. romanzoffiana resgatadas de áreas de supressão da obra do Rodoanel Mário Covas - Trecho Norte e transplantadas em áreas naturais do Parque Estadual da Cantareira, São Paulo -SP. Foram obtidas medidas de altura, diâmetro do coleto, número de folhas e volume do torrão das mudas. O transplante foi realizado em três condições de luminosidade depois de separadas em três classes de volume de torrão e três classes de diâmetro do coleto. Foram avaliadas a porcentagem de sobrevivência, incremento em altura, diâmetro do coleto, número de folhas e pigmentos fotossintéticos após 4, 8 e 12 meses. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado em esquema fatorial 3 x 3 x 3 (luminosidade x diâmetros do coleto x volumes do torrão) com três repetições de cinco plantas cada. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas entre si através do teste de Tukey (5%). A sobrevivência foi superior a 80% em todos os ambientes. Houve maior crescimento, principalmente quanto ao diâmetro do coleto, na clareira pequena. A quantificação de clorofila a, b e carotenoides mostrou maior teor para as plantas mantidas no sombreamento. Quanto à razão clorofila a/b, os resultados evidenciaram maiores valores nas plantas mantidas no sombreamento, com valores crescentes até os 12 meses. Pode-se concluir que S. romanzoffiana apresenta pouca restrição quanto ao ambiente de realocação, porém, com preferência às clareiras pequenas, sendo dispensável que sejam realocadas com torrão de porte grande.