Resumen
Em trabalhos anteriores, realizamos uma abrangente revisão da literatura econômica relacionada ao debate ambiental (especialmente aquele em torno das mudanças climáticas). De modo geral, as diversas formulações ? desde aquelas apoiadas na estrutura teórica neoclássica até as mais heterodoxas ? tendem a confluir, com poucas exceções, para a noção de desmaterialização; ou, melhor dizendo, para a esperança de que o avanço tecnológico permita a realização de uma produção supostamente imaterial. O presente estudo parte dessa leitura e tem como objetivo a desmistificação (i.e. sua desconstrução crítica) da desmaterialização como possibilidade real na atual formação socioeconômica. Pela própria natureza desse expediente crítico, simultaneamente propomos um argumento teórico próprio, alicerçado em Marx, capaz de explicar por que a esperança no processo de desmaterialização tende a ser frustrada sistematicamente enquanto a lógica da produção e da distribuição da riqueza social estiver estruturada em torno do capital.