Resumen
O objetivo deste trabalho foi avaliar diversidade florística em diferentes altitudes na região do Araripe em Pernambuco, Brasil. Metodologicamente, a região foi estratificada em três níveis de altitude: inferior (até 600 m), intermediário (maior que 600 e menor que 750 m) e superior (igual ou maior que 750 m). Foram inventariados nove fragmentos florestais, três por estrato altitudinal. Em cada fragmento, distribuíramse 20 unidades amostrais retangulares, de 250 m² cada, totalizando área amostral de 4,5 ha. Nas áreas amostrais foram quantificados, coletados e identificados todos os indivíduos lenhosos com nível de inclusão de circunferências a altura do peito (CAP) maior ou igual a 0,10 m (CAP a 1,30 m = 0,10 m). Analisou-se, riqueza e similaridade florística entre fragmentos e níveis de altitudes. Foram amostrados 6.987 indivíduos, distribuídos em 35 famílias botânica, 82 gêneros e 153 espécies. A região apresenta grande riqueza florística, com variação entre e dentro dos três níveis altitudinais, com tendência de aumento na diversidade com a elevação da altitude. A maioria das espécies apresentaram pouca plasticidade fenotípica, com ocorrência e abundância restrita ao fragmento ou altitude. Em pequenas distâncias geográficas foram diagnosticadas relevantes variações fitofisionômicas, o que corrobora a importância da estratificação de altitudes e replicação de fragmentos na amostragem. Pelo nível de degradação antropogênica e a intensificação das atividades florestais da região, faz-se necessário e urgente a criação de políticas públicas voltadas para práticas sustentáveis no uso da floresta e seu processo de conservação. Para tanto, o negligenciamento a esta problemática, coloca em risco de extinção uma grande representação da diversidade vegetacional do nordeste brasileiro.