Resumen
O artigo objetiva analisar o discurso de responsabilidade social das empresas sob uma perspectiva crítica. Para tanto, fundamenta o estudo sob a abordagem contemporânea acerca do desenvolvimento sustentável e da construção da sustentabilidade como política corporativa adotada pelas empresas por meio da implementação do triple bottom line como estratégia corporativa, em que há um foco em ações sustentáveis para economia, para a sociedade e para o meio ambiente. Por outro lado, discute-se a questão de poder e dominação nas organizações, por meio da disseminação de um discurso organizacional que se dá sob a égide da ideologia gerencialista, com foco no controle social e na implementação da servidão voluntária dos empregados. A metodologia adotada foi qualitativa com a análise de conteúdo do Relatório de Sustentabilidade da Coca-Cola Brasil de 2016 e posterior análise do discurso. Percebe-se que a empresa implementou as ações de sustentabilidade atendendo aos os elementos essenciais do Global Reporting Iniciative (GRI) e descreve as diversas atividades desenvolvidas. Todavia, percebe-se que o discurso é construído como se já tivesse chegado ao estágio final da sustentabilidade e que foca no fortalecimento do marketing 2.0, como forma de melhorar os resultados econômicos e financeiros, por meio de uma imagem sustentável.