Resumen
Ao mesmo tempo em que os promotores do Projeto Porto Maravilha se empenham em divulgar imagens de uma cidade devidamente asséptica e isenta de conflitos, observa-se que estes têm se intensificado na cidade do Rio de Janeiro nos últimos anos. O artigo procura desvendar tais conflitos a partir do campo das resistências e das diversas formas de luta que têm sido construídas e mobilizadas atualmente, em especial no escopo do Fórum Comunitário do Porto, coletivo, formado em 2011, que atuou na denúncia de violações de direitos das populações afetadas pelo projeto e na articulação interinstitucional para a defesa de seus direitos. Buscamos submeter à análise os novos processos de mobilização, a construção de contrapoderes e as fissuras que se dão no cerne da produção do espaço, identificando também as contradições internas à luta e apontando para a necessidade de abordagens teóricas que ajudem a compreender o mundo contemporâneo.