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CARACTERIZAÇÃO DO LODO OBTIDO EM MANTA E LEITO DO REATOR ANAERÓBICO DE FLUXO ASCENDENTE E SUBMETIDO AO LEITO DE SECAGEM

Dalila de Souza Santos    

Resumen

O lodo de esgoto é o principal resíduo gerado nas Estações de Tratamento de Esgoto(ETE). Os processos de tratamento de lodo visam reduzir o teor de material orgânicobiodegradável, a concentração de organismos patogênicos e a umidade a fim de se obterum material sólido e estável, que não constitui perigo à saúde ambiental e que possa serutilizado para fins agrícolas. Nesse sentido, esse trabalho teve como objetivocaracterizar parâmetros microbiológicos e físico-químicos do lodo obtido em manta eleito de um reator anaeróbico de fluxo ascendente (UASB) e submetido ao leito desecagem por três meses, para verificar a possibilidade de utilização deste biossólido naagricultura. Para tal, o lodo foi retirado a 4,8 m de profundidade (Lodo A) e a 3,1 m(Lodo B) do reator UASB da ETE Contorno em Feira de Santana, que tem 5m deprofundidade. Foram realizadas três coletas de lodo, com intervalo de um mês. Cadacoleta de lodo foi submetida ao processo de secagem, em células de leitos de secagemem escala-piloto, com dimensões de 1,00 x 2,00 x 1,00 m e área superficial de lm . Apartir de cada célula de leito foram realizadas seis coletas ao longo de 90 dias (nostempos 0, 7, 15, 30, 60 e 90 dias). A análise dos Iodos consistiu na determinação dossólidos totais, sólidos voláteis, umidade, carbono orgânico total, nitrogênio,temperatura, pH, nutrientes (P, K, Mg, Na, Ca, Mn), metais pesados (Cd, Co, Cu, Ni,Pb, Zn), lipídios, determinação de coliformes totais e termotolerantes, contagem deEnterococos, E. coli, Salmonella spp., Fungos, Clostridium spp e ovos viáveis dehelmintos. Os resultados indicaram que não há diferença físico-química, microbiológicae parasitológica entre o lodo A (4,8m) e o lodo B (3,lm) após o período de secagem emleito. As concentrações finais dos nutrientes e metais pesados, bem como a relação C/Nconferem aos Iodos um potencial agronômico. Os níveis de coliformes termotolerantesapresentaram maior redução decimal logarítmica, enquanto o clostrídio e a salmonelaforam os que mais resistiram ao processo de secagem. Aos 90 dias, as concentrações decoliformes termotolerantes foram de 3,66 e 3,50 log UFC/g MS para o lodo A e B,respectivamente, enquanto a concentração de salmonela se manteve constante entre 6 e7 UFC log UFC/g MS durante todo o período de secagem. Os ovos viáveis de helmintosreduziram a valores abaixo de 10 ovos/g MS. A baixa inativação dos micro-organismospermite concluir que o processo de secagem de lodo em leitos de secagem é ineficientepara redução de patógenos. Os biossólidos gerados em ambos os tratamentos sãoclassificados como tipo B de acordo com a Resolução CONAMA 375/06.

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