Resumen
O tratamento de informações em meios digitais é de vital importância na manutenção da privacidade dos indivíduos, em uma época em que a disponibilização e uso indiscriminado de dados e informações são realizados a despeito do conhecimento e concordância das partes. Apesar da existência de instrumentos legais, como a ISO 29100, a Norma de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico, do Regulamento Geral de Proteção de Dados da União Europeia e, mais recentemente, da Lei Federal brasileira nº 13.709/2018, essas normas não explicitam uma ferramenta de visualização e manejo desses dados. O objetivo deste artigo é aplicar o conceito da ferramenta Janela de Johari como modelo de estudos de privacidade em ambientes digitais compartilhados. O método utilizado foi a transposição teórica dos quadrantes utilizados pela Janela de Johari, originária no campo da psicologia, para o fluxo de dados e informações pessoais em ambientes digitais compartilhados. Após essa etapa conceitual, a Janela foi aplicada em um estudo de caso prático entre uma seguradora, um segurado e um agente dessa seguradora, a fim de demonstrar a eficácia do instrumento. O estudo revela que a Janela de Johari é uma ferramenta que pode ser utilizada para modelar a privacidade em ambientes digitais compartilhados, levando a um arcabouço conceitual para discussão de privacidade e sua dinâmica na transformação e compartilhamento de dados e informações pessoais. Por ser uma ferramenta visual de identificação das assimetrias, pode facilitar o desenho de requisitos para um sistema de análise de privacidade de dados, ampliando sua aplicação na sociedade e na academia.