Resumen
Na busca de alternativas de uso para um resíduo de origem petrolífera conhecido como "LCO" (Liquid Cycle Oil), avaliou-se a sua capacidade de aumentar a estabilidade dimensional das madeiras de Pinus sp.(pinus) e Mimosa scabrella Bentham (bracatinga). Esse resíduo foi testado na sua composição original e diluído em querosene comercial, em diferentes proporções. Foram avaliados a variação dimensional nos 3 eixos anatômicos, a variação volumétrica, o coeficiente de retratibilidade, anisotropia, e a variação da massa específica básica e a 12% de umidade, em diferentes etapas do estudo. Os resultados mostraram que não houve variação significativa da contração e inchamento máximos entre as amostras tratadas e as amostras não-tratadas (testemunhas), para ambas as espécies, ao nível de 5% de probabilidade. No entanto, observou-se uma redução no coeficiente de retratibilidade, com o aumento da concentração de LCO, para ambas espécies. De um modo geral, dentre as duas espécies estudadas, o pinus foi a que apresentou os menores valores dos índices avaliados. Os coeficientes de retratibilidade e anisotropia da bracatinga foram superiores aos do pinus, apesar da diferença não significativa entre as amostras tratadas e as testemunhas. Esses resultados indicam ter havido uma variação mínima entre as faces tangencial e radial, possivelmente por meioi de uma pobre penetração do LCO na parede celular. Como conseqüência, esse resultado pode estar relacionado ao fraco desempenho do produto químico testado, não conseguindo promover uma boa estabilidade dimensional da madeira de ambas as espécies. O aumento da concentração de LCO possibilitou um aumento na massa específica a 12% de umidade para ambas espécies. Esse resultado pode estar associado à presença de parte do produto remanescente nas paredes do lúmen celular e canais resiníferos. A aparência externa da madeira tratada foi outro fator restritivo ao uso do LCO.