Resumen
http://dx.doi.org/10.5902/1980509812342Os conhecimentos florístico e estrutural da comunidade arbórea são fundamentais para subsidiar estratégias de restauração florestal. Neste sentido, foi realizado um levantamento fitossociológico em um fragmento florestal situado nas margens de um tributário do Rio Caeté em Alfredo Wagner, SC, objetivando: i) conhecer a estrutura e a florística da vegetação arbórea dessa floresta; ii) classificar as espécies encontradas em grupos ecológicos e iii) comparar a florística da área estudada com outros estudos realizados em Floresta Ombrófila Mista (FOM), Floresta Ombrófila Densa (FOD) e área de transição entre FOM-FOD de Santa Catarina. Nesse fragmento foram alocadas 10 parcelas de 400 m2 onde todos os indivíduos arbóreos que apresentaram Circunferência a Altura do Peito (CAP, medido a 1,30 m do solo) igual ou superior a 15,7 cm foram medidos, marcados e identificados. As espécies foram classificadas nos grupos sucessionais: pioneira, clímax exigente de luz ou clímax tolerante à sombra. Para a comparação florística com outros remanescentes, foi utilizada a Análise de Correspondência Retificada (DCA). A estrutura do componente arbóreo foi descrita pela densidade, frequência, dominância e Valor de Importância (VI). Os resultados demonstram elevada riqueza florística (98 espécies). Foi possível constatar espécies típicas de FOM, como Araucaria angustifolia (Bert.) Kuntze, e espécies características de FOD, como Byrsonima ligustrifolia A.Juss., confirmando a característica do fragmento estudado de pertencer a uma área de tensão ecológica, padrão confirmado na comparação da similaridade florística. As espécies com maior VI foram Psychotria vellosiana Benth., Alsophila setosa Kaulf. e Guatteria australis A.St.-Hil. Estas e outras espécies de alto VI, por suas consideráveis representatividades na área, são importantes na restauração de florestas ciliares degradadas na região. Os plantios deverão ser planejados obedecendo-se ao grupo sucessional das espécies, plantando-se as espécies pioneiras e clímax exigentes de luz em um primeiro momento (e.g. Psychotria vellosiana), seguidas, quando houver o sombreamento da área, das espécies clímax tolerantes à sombra (e.g. Alsophila setosa e Guatteria australis).