Resumen
Emissões de gases de efeito estufa estão entre os principais impactos causados pelos humanos no planeta e estão diretamente ligados às mudanças climáticas. Emissões por desmatamento são reconhecidas como a segunda maior causa de emissão desses gases, contribuindo com 20% de CO2 equivalente liberado na atmosfera em 2010. Uma das principais estratégias adotadas internacionalmente para reduzir o desmatamento e a degradação florestal, e que atualmente vem ganhando importância para a mitigação das mudanças climáticas, é a implantação de áreas protegidas. O paradigma atual de gestão de áreas protegidas é baseado em instrumentos de mercado, exemplificado pelas inciativas de REDD+ e pagamentos de serviços ambientais. Porém, críticos dessa perspectiva argumentam que ela é diretamente influenciada pelo neoliberalismo e privilegia a acumulação de capital à conservação do meio ambiente. Por meio de uma análise crítica da literatura existente, o presente artigo sugere que áreas protegidas são uma estratégia eficiente para a redução do desmatamento, porém é ainda insuficiente e precisa ser acompanhada de ações complementares para o controle de territórios fora de áreas protegidas, que evitem o redirecionamento de atividades ilegais.