Resumen
Palmas/TO foi projetada para ser uma capital ecológica, conciliando a ocupação humana com a preservação de recursos, dentre eles os florestais. Cada uma de suas quadras possui layout específico, pré-determinando as áreas passíveis de serem edificadas e as não edificantes. Entretanto, os recursos florestais desses espaços não edificantes sofrem pressões antrópicas colocando em risco sua conservação e manutenção. Neste sentido, realizamos o inventário qualiquantitativo da arborização das áreas verdes das quadras residenciais da cidade de Palmas com o intuito de identificar a ocorrência de espécies de usos múltiplos, conhecer o seu potencial, valorizar o seu uso pela população e por meio do conhecimento coletivo garantir a sua conservação. O levantamento foi realizado nas áreas não edificantes de 33 quadras residenciais de Palmas. No total foram identificadas 182 espécies florestais, sendo 54,4% nativas do Cerrado brasileiro. Mais de 79,0% das espécies apresentam algum tipo de uso medicinal, 66,5% são atrativas para a fauna de vertebrados e invertebrados e 40,7% delas tem emprego na alimentação humana. Observa-se que as áreas não edificantes apresentam grande importância na preservação desses recursos, garantindo o fornecimento de alimento para humanos e animais, além de princípios ativos diversos com potencial para uso medicinal.