Resumen
Este artigo aborda a renovação de alguns dos pressupostos que orientam o processo de inovação na agricultura brasileira, inclusive a definição do escopo das expressões ?transferência de tecnologia? e ?validação tecnológica?. A primeira delas é frequentemente sobreposta pelo conceito de difusão de tecnologia, enquanto a segunda é confundida com a noção de reprodutibilidade experimental. Esta indefinição compromete a geração e o acesso aos resultados das instituições de pesquisa agropecuária, a adoção de tecnologias pelos agricultores e a co-responsabilidade pelo desenvolvimento tecnológico entre pesquisa e usuários, uma vez que estes conceitos permeiam as políticas, os programas e planos para o desenvolvimento e a inovação no espaço rural. O presente trabalho tem por objetivo contribuir para a construção de referenciais teóricos que facilitem a ordenação de conhecimentos e de práticas que pos-sibilitem a ampla inclusão de diferentes atores no processo de geração e acesso às tecnologias agrícolas, em alternativa aos modelos com predominância do viés tecnocrático e econômico clássico. As reflexões aqui apresentadas reforçam a necessidade de revisão dos modelos de desenvolvimento tecnológico e rural, sob a perspectiva da autonomia tecnológica de quem produz e do desenvolvimento sustentável.