Resumen
http://dx.doi.org/10.5902/198050989276A emissão do CO2 é uma das principais causas do efeito estufa e as queimadas amazônicas contribuem para isso. Devido à alta umidade retida, a floresta primária amazônica é considerada imune a queimadas, todavia, sob condições climáticas anormais é vulnerável. Este estudo objetiva avaliar os efeitos do fogo, decorrentes de incêndios florestais ocorridos em 2005, sobre uma floresta natural primária no Estado do Acre. Foram monitorados os efeitos do fogo em árvores lenhosas, palmeiras e cipós em três níveis de tamanho: I-DAP=5 cm; II-5 cm>DAP=2 cm; e III-DAP<2 cm e altura =1,0 m. Os indivíduos foram avaliados quanto à Condição Geral (níveis I e II), Casca e Copa (Nível I) e brotação. Foram efetuadas cinco avaliações, a primeira em novembro de 2005 e a última em janeiro de 2009. Os resultados mostraram que os indivíduos de menor porte foram os mais impactados e apresentaram as maiores taxas de mortalidade, chegando a 80,1 % no Nível II e decrescendo quanto maior a classe diamétrica, sendo nula (0 %) nas superiores. Foi observado aumento do número de indivíduos sem dano aparente em todas as classes diamétricas e aumento de 43 % no número de espécies na regeneração, indicando um processo de recuperação da floresta. Foi verificada redução expressiva na diversidade de espécies (15 % no Nível I e 33 % no Nível II), indicando que a floresta foi modificada quanto à composição florística. Com base nos padrões de danos causados por apenas um incêndio, o caso da área estudada, é esperado que a incidência de novos incêndios, em curtos intervalos insuficientes à recuperação, resulte na irremediável degeneração da floresta.