Resumen
Analisou-se o sub-bosque de 12 povoamentos de Pinus sp. e um de Araucaria angustifolia O.Ktze., crescendo em solos degradados pelo uso agrícola na chamada 4a Colônia do Rio Grande do Sul. A Araucaria foi semeada diretamente, um dos povoamentos de Pinus, de 10 anos, resultou de uma renovação natural, os demais provêm de plantios de 25 a 30 anos atrás. Em 575 parcelas de 25 m² cada, distribuídas sistematicamente nos povoamentos, foram levantados o estrato arbóreo e a vegetação inferior, classificada em estratos de 0,3 a 1,3 m e maior que 1,3 m; no estrato inferior a 0,3 m somente a renovação natural de Pinus foi contada. A vegetação interna dos povoamentos se compôs de 121 espécies lenhosas, incluindo espécies desde comuns até nobres, mas também ornamentais ou frutíferas nativas e exóticas. Um bom número de espécies, porém, ocorreu com poucos representantes. Além disso registrou-se a presença freqüente de espécies não-arbóreas como ervas, gramas, samambaias e cipós. O número de espécies e o grau de cobertura do sub-bosque não dependiam da densidade do estrato superior de pinheiros. A abundância e a freqüência das espécies não variavam significativamente entre parcelas do centro dos povoamentos e da faixa periférica. O padrão de distribuição espacial das plantas dentro dos povoamentos foi quantificado pelo Índice de Cox. O Índice de Shannon foi usado como medida da diversidade em espécies; pelo Índice de Sörensen foi estudada a semelhança dos povoamentos. Conclui-se que plantios de exóticas nessa região não somente podem ser de interesse para os agricultores pelo elevado potencial produtivo em madeira, como também significam manchas de inesperada biodiversidade numa paisagem degradada. A riqueza do sub-bosque possivelmente se deve á extensão reduzida desses povoamentos.