Resumen
O uso de plantas com finalidades terapêuticas é uma das mais antigas práticas medicinais da humanidade, sendo baseado em evidências históricas ou pessoais. Verifica-se uma tendência à generalização do consumo de plantas medicinais e de seus derivados, devida à crença de que tudo que é natural não faz mal à saúde. As plantas medicinais são muito usadas como alternativa terapêutica, entretanto, sabe-se que muitos de seus componentes podem alterar as concentrações plasmáticas de fármacos alopáticos através da inibição ou indução de enzimas do citocromo P450. Considerando o descrito acima, o objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos in vivo de extratos brutos de plantas medicinais sobre as atividades das enzimas 7-etoxicumarina O-desetilase (ECOD), 7-etoxirresorufina O-desetilase (EROD), 7-metoxirresorufina O-desmetilase (MROD) e 7-pentoxirresorufina O-despentilase (PROD) hepáticas de ratos Wistar. Assim, ratos machos foram tratados com extratos de folha de abacateiro (Persea gratissima) e de casca de mulungu (Erythrina mulungu). Após receberem os extratos por meio de gavagem por quatro dias consecutivos, os animais foram submetidos à eutanásia, sendo as atividades das enzimas determinadas por espectrofluorimetria em microssoma hepático. Nossos resultados mostram que a administração de extrato de abacateiro promoveu um aumento significativo das atividades da ECOD, MROD e PROD, enquanto a atividade de EROD sofreu uma redução significativa. A administração de extrato de casca de mulungu promoveu redução significativa das atividades da ECOD, MROD e PROD, enquanto a atividade da EROD não sofreu alteração significativa. Diante do exposto, indicamos a necessidade de maior conhecimento dos efeitos de extratos de plantas sobre as atividades destas enzimas, de maneira a promover o uso racional e seguro de medicamentos.