Resumen
As populações rurais se utilizam de espécies vegetais para as mais diversas finalidades. De acordo com a forma de extração e a parte utilizada da planta, o uso madeireiro pode trazer danos ambientais, como o desmatamento de florestas, bem como acarretar risco de extinção de determinadas espécies. Objetivou-se avaliar o conhecimento, a preferência e o uso madeireiro nas comunidades rurais Chapada do Hamilton e Novo Horizonte, município de Angical do Piauí/PI. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com 27 chefes de famílias residentes nas comunidades, além do emprego da técnica de inventário in situ. No total foram encontradas 62 espécies identificadas, distribuídas em 28 famílias, utilizadas nas categorias de uso construção, tecnologia e fitocombustível. Em relação à riqueza de espécies citadas, a comunidade Chapada do Hamilton apresentou o maior número de espécies conhecidas. Não foi encontrada diferença estatística entre o número de espécies conhecidas, usadas e preferidas entre as comunidades nas três categorias analisadas. A categoria construção apresentou o maior número de espécies citadas no total, com 55 espécies, em comparação com as categorias tecnologia e fitocombustível, com 40 e 28 espécies citadas, respectivamente. Comparando as categorias de uso em relação ao número de espécies citadas nas duas comunidades, verificaram-se diferenças estatísticas entre as categorias construção e fitocombustível, o que não se repetiu entre as categorias construção e tecnologia e tecnologia e fitocombustível. Os usos específicos na categoria fitocombustível ocorrem, predominantemente, na forma de carvão. Foi verificado que as populações de ambas as comunidades conhecem ampla diversidade de espécies fornecedoras de madeira e sugere-se que seja dada prioridade, em futuras estratégias de conservação, para espécies que possuem preferência em mais de uma categoria de uso.