Resumen
Cupressus lusitanica Mill. possui um potencial relativamente baixo para promover a regeneração de espécies nativas sob o dossel da floresta. Entretanto, após o corte raso de uma plantação de Cupressus lusitanica na Floresta Estadual de Avaré (FEA), sudeste do Brasil, uma vigorosa regeneração de espécies arbustivoarbóreas da floresta Atlântica foi observada. Avaliou-se a restauração passiva desse sítio comparando sua vegetação com a vegetação estabelecida em clareiras artificiais abertas em floresta secundária no Parque Estadual da Cantareira (PEC), sudeste do Brasil. A distribuição de frequência de síndromes de dispersão para espécies e a taxa de redução da abundância das espécies pioneiras em um gráfico de rol de abundância não diferiram entre as duas áreas. As curvas de rarefação para riqueza de espécies e diversidade do PEC ficaram abaixo das curvas correspondentes da FEA. As proporções de espécies não pioneiras e de indivíduos de espécies não pioneiras foram maiores na FEA. A distribuição de frequência de síndromes de dispersão para indivíduos diferiu entre as duas áreas devido a uma predominância mais acentuada de zoocoria na FEA. A taxa de redução da abundância das espécies não pioneiras em um gráfico de rol de abundância foi menor na FEA. Concluiu-se que a restauração passiva pode recuperar atributos da vegetação nativa após o corte raso de plantações florestais desprovidas de conspícua regeneração de espécies nativas no sub-bosque. No entanto, esse fenômeno pode ser influenciado por propriedades particulares da espécie florestal, práticas de exploração e integridade da dispersão de sementes pela fauna.