Resumen
O presente trabalho debate a paisagem urbana da cidade do Rio de Janeiro, mais especificamente as diversas textualidades morfológicas das favelas que ativam novas paisagens possíveis. A paisagem caracterizada pelo sentido de omplementaridade e concorrência, revelando a interação complexa entre o instituído e o marginal, o estático e o instantâneo, que associam sistemas culturais, socioeconômicos e espaciais. Nosso recorte se manifesta em três tempos: a ocupação na encosta de morros; ocupações horizontais; e outras possibilidades morfológicas, como a ocupação dos antigos terrenos industriais e do Canal da Cunha (Bahia de Guanabara) por uma casa flutuante. Assim buscamos questionar alguns mitos que acompanham a formação do arquiteto e urbanista e que ainda reproduzem a matriz moderna através do método de relações binárias: casa/rua; público/privado; formal/informal; periférico/central. Pretendemos demonstrar que estas divisões binárias já não fazem sentido na concepção de Projetos-Urbanos, especialmente se voltamos nossa atenção para os territórioscom marcas de ilegalidade que, ao longo do tempo, foram se transformando no que hoje denominamos de favela e constituem a paisagem urbana do Rio de Janeiro.PALAVRAS-CHAVE: paisagem urbana, projeto urbano, favela.