Resumen
Durante o boom das commodities, o Brasil aumentou sua especialização em matérias-primas, ao mesmo tempo em que reduziu a desigualdade de renda (através de diversas políticas distributivas). Além disso, o crescimento da produtividade foi insuficiente durante o mesmo período. Esta trajetória é insustentável não somente no médio prazo, mas também pode ter afetado o crescimento brasileiro consistente com o equilíbrio externo. O presente artigo discute, através de um modelo macrodinâmico baseado em Ribeiro et al. (2016), o impacto dos programas de distribuição de renda no crescimento brasileiro. Sugere-se que os programas distributivos podem prejudicar o crescimento de longo prazo devido ao aumento da elasticidade-renda das importações e ao aumento da brecha tecnológica. Por fim, argumenta-se que o equilíbrio entre investimento público e programas distributivos permitiria um ciclo virtuoso de crescimento e distribuição de renda.