Resumen
O artigo examina as revisões que sofreu o modelo de liberalização financeira nos últimos vinte anos (décadas de 80 e de 90). Tais revisões foram forçadas, de um lado, pelos resultados desfavoráveis de alguns testes econométricos do modelo Shaw-McKinnon e, de outro, pelas experiências de diversos países desenvolvidos (PD) e em desenvolvimento (PED) com a política de liberalização.No plano econométrico, os testes revelaram fraco poder explicativo das duas variáveis-chave domodelo: a taxa real de juros e a taxa de poupança agregada. Quanto às experiências de PD e PED, o principal desafio ao modelo original de Shaw eMcKinnon foram as crises bancárias e/ou cambiais que, em grande parte dos casos, se seguiram à implementação da política de liberalização financeira. Diante dessas limitações, a ?versão moderna? do modelo de liberalização acabou por incorporar diversas críticas (em geral keynesianas) à teoria e à política financeira do modelo Shaw-McKinnon, sendo forçada a admitir a necessidade de algum grau de intervenção do governo na liberdade de escolha do mercado quanto à composição de seu portfolio. Mais que isso, o novo modelo faz uma verdadeira autocrítica, admitindo que, sob determinadas circunstâncias, algum grau de repressão financeira pode ser necessário, e mesmo benéfico, ao desenvolvimento financeiro.