Resumen
O Clima Urbano, uma construção social, tende a degradar as condições de conforto térmico das cidades, comprometendo a qualidade de vida de suas populações. Para avaliar e promover o conforto térmico urbano, é necessário utilizar um índice que incorpore tanto as variáveis ambientais como as individuais, e possa integrar e expressar a percepção térmica reportada pelas pessoas. Esse índice precisa ser calibrado para a população aclimatada antes de servir como uma importante ferramenta de gestão pública. Esta pesquisa teve este objetivo, calibrar o Índice de Conforto Térmico PET (°C) ? Temperatura Fisiológica Equivalente ? para os habitantes de Salvador. A metodologia constou do levantamento das variáveis ambientais, através de medições com estações meteorológicas móveis, e da opinião dos usuários quanto à percepção térmica, em áreas públicas, em uma amostra envolvendo 1.435 entrevistas a indivíduos residentes em Salvador. Para a calibração do Índice PET, utilizou-se a técnica de mineração de dados Árvore de Decisão, associando intervalos desse índice à percepção térmica relatada em uma escala de sete categorias, de muito calor a muito frio. Obteve-se, estatisticamente, o limite inferior da categoria Muito Calor, PET (°C) = 34,1ºC; e os intervalos 29,4 a 34,1ºC e 26,8 a 29,4ºC, respectivamente, para as categorias Calor e Pouco Calor. Para a categoria Conforto Térmico, apenas o limite superior, PET (°C) = 26,8ºC, pode ser estabelecido. Assim, conclui-se que, para se alcançar o conforto térmico em áreas urbanas em Salvador, o Índice PET deve estar abaixo dos 26,8ºC, e que o limite inferior deste intervalo de conforto não pode ser delimitado devido à inexistência de condições de estresse térmico negativo (frio) em clima tropical úmido.