Resumen
A Grande Área Metropolitana do Porto (GAMP) é um excelente testemunho da desvalorização do contexto climático assumida pelos fazedores de tecido urbano nas ultimas três décadas. Apesar das surpresas, frequentemente negativas, com que o sistema climático foi presenteado os cidadãos, estes, continuam a investir muito mais recursos na busca de instrumentos de controlo do que em meios para promover uma convivialidade harmoniosa. Os anos de 2000-01 e 2004-05 são dois exemplos igualmente dramáticos e incompreendidos mas de índole diversa que servem para mostrar como os cidadãos urbanos se relacionam mal com a irregularidade da precipitação. Pretende-se mostrar que enquanto estas expressividades do sistema climático - a precipitação intensa ou a seca - não forem mecanicamente compreendidas dificilmente serão percebidas. E, continuarão a ser desvalorizadas em qualquer processo de decisão (individual ou coletivo). Ao ignorar o sistema climático, o desenho urbano acrescenta vulnerabilidade a uma equação (eventos x vulnerabilidade) onde temos de acreditar que só conseguimos controlar um dos seus termos.