Resumen
Na prática do planejamento urbano e ambiental, especialmente no contexto de adaptação às mudanças ambientais, há demanda por estudos que integrem informações sociais, econômicas e ambientais da população e de sua exposição ao risco. Especialmente nos grandes centros urbanos, a impermeabilização e verticalização têm potencial de causar elevação da temperatura do ar local, desencadeando o fenômeno das ilhas de calor. Em consequência, outros efeitos decorrem desse fenômeno como problemas de saúde da população, poluição e alteração da circulação de ar. Nesse contexto, diante dos riscos e consequências das ilhas de calor urbanas, este artigo tem como objetivo analisar as áreas prioritárias para a implementação de medidas de mitigação aos efeitos do fenômeno de ilhas de calor urbano no município de São Paulo. Para tal, foi proposto um índice de avaliação de vulnerabilidade que considera as dimensões sociais e ambientais, relacionando a capacidade de adaptação, sensibilidade e exposição à ocorrência do fenômeno de ilhas de calor urbano. Além disso, foram identificadas as medidas de mitigação aos efeitos associados às ilhas de calor no âmbito do planejamento urbano estadual. As áreas centrais da cidade foram identificadas como críticas à exposição, e a periferia como crítica em relação à capacidade de adaptação e sensibilidade, e, portanto, são regiões prioritárias para a implementação das respectivas medidas de mitigação. Além disso, são elencadas algumas estratégias como implantação e conservação de espaço verdes, preservação de corpos d?água, alteração de design e forma urbana e uso de materiais com alta reflectância, as quais são parcialmente previstas no Plano Diretor Estratégico do município para mitigação do efeito das ilhas de calor urbano.